29 de junho de 2003

NATURALMENTE

Uma coisa curiosa de ver nas praias é a turma dos mirones. São normalmente homens solitários, de barriga-e-meia para cima, que se passeiam ao longo da babugem, fingindo desentorpecer as pernas. Mas que não tiram os olhos dos cus alheios.
Nas (raras) praias em que a legislação resolveu abrir uma excepção ao predomínio têxtil e onde em zonas claramente definidas centenas de pessoas optaram por não dar dinheiro à Zara, secção fatos de banho, ainda é pior. De forma totalmente despudorada e, sobretudo, impune, gente solitária ou emparelhada atravessa vestida os areais, com os olhos colados a áreas muito específicas do corpo de quem lá está. Estão-se a cagar para o respeito. Assumem a pose do lavrador que vai às putas. Só não apalpam porque têm medo de levar algum sopapo. Depois voltam para as toalhinhas das mulherzinhas e ajeitam o sexozinho excitado discretamente, antes de abrirem o correio da manhã na parte dos classificados.

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